segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Laelia tenebrosa

Laelia divina, se assim fosse possível definir pela primeira vez o nome dessa orquídea, trocaria imediatamente de adjetivo! Para mim essa é uma das rainhas da beleza do reino vegetal. Flores delicadas, divinas, deusas aprisionadas em imagens de flores!! 

Encontrada na natureza, outrora em abundância, nas serras e maciços da tríplice fronteira entre Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais, no entorno da Serra do Caparaó, as Laelias tenebrosas hoje são raríssimas em seu habitat natural.


Esta aí é especial por ser endêmica na nossa terra natal (Varre-Sai/RJ). Adquirimos estas mudas em dezembro de 2011 no orquidário do Nem, em Varre-Sai. Em dezembro de 2013  ela floriu pela primeira vez em Niterói e em dezembro de 2014 em Vit. da Conquista! 


Estas mudas tem uma história trágica e curiosa. Suas matrizes foram recolhidas pelo Nem, amante e cultivador de orquídeas, na represa construída entre os municípios de Varre-sai e Bom Jesus, em uma área de alagamento. 
Nessa região foram salvas por ele diversos exemplares condenados ao desaparecimento. Muita diversidade genética tem sido perdida pela negligência de nossos governantes. Essa é só mais uma ... sonho em reintroduzi-las nas matas de nossa pequena reserva de Mata Atlantica na Figueira Branca, dos nossos pais, e no Sítio três Matas de nosso tio Jonas, que já vem fazendo um exemplar programa de preservação e reflorestamento por lá.


As flores possuem sépalas e pétalas com tons de cobre e bronze e com o labelo de cor purpúrea em seu interior, que vai clareando em suaves degradês em direção à periferia. Cada haste floral dá, em média, três belas flores.

Inicia sua floração no fim da primavera. Aqui em Niterói as flores abrem no início de Dezembro e em Conquista, um pouco antes. Dedé já observou que nossas espécies comuns tem uma defasagem de cerca de uma a duas semanas nas florações. Suas flores exalam um perfume suave e duraram cerca de 30 dias.

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